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quinta-feira, 16 de julho de 2020

TEMA DOS FESTEJOS FARROUPILHAS 2020


GAÚCHOS SEM FRONTEIRAS
(parte I)
Definido pelo MTG, este é o tema dos festejos farroupilhas 2020. Fazendo referência a todos que, mesmo em pagos distantes cultuam as tradições gaúchas tal qual vivessem em solo riograndense. E da mesma forma, os tradicionalistas que mesmo não nascidos no nosso estado ou que nunca tenham estado aqui.
TRADICIONALISMO GAÚCHO NÃO ESCOLHE TEMPO NEM LUGAR
Isto porque entende-se que culto às tradições gaúchas contagia as pessoas, as quais mesmo morando em locais distantes deste chão, do verdadeiro sentimento nativista e de amor ao tradicionalismo. O “estado de espírito”, citado por Paixão Côrtes de que o tradicionalista é investido ao praticar os usos e costumes, além de respeitar os símbolos gaúchos, é um sentimento que nada mais é do que a consciência de ser tradicionalista, pois adotamos essas atitudes comportamentais inconscientes. Digo inconsciente, pois não são premeditamos os atos que se tornam hábitos tais como; cevar um mate, escutar uma música gaúcha, usar pilcha, estudar e conhecer mais sobre a história do povo gaúcho ou freqüentar um Centro de Tradições Gaúchas. Seguimos somente o instinto do bem-estar, e de nos sentirmos feliz em fazê-los. Esse sentimento não escolhe tempo e lugar, acontece em qualquer querência do planeta.
NATIVISMO E AMOR À TERRA
Muito antes de ser considerado um movimento musical, nativismo para a antropologia é toda ação que procure valorizar a cultura de um lugar, em reação à imposição de uma cultura externa, em geral dominante. O nativismo faz-se sentir especialmente na história dos povos que foram colonizados por outros, muitas vezes através de revoltas e motins, culminando mais adiante na própria emancipação - ou na completa aculturação (Wikipédia)
O amor a sua terra e o sentimento de patriotismo do povo gaúcho vêm desde os primórdios da sua formação. Primeiramente o índio enfrentou muitas lutas e acabou sendo expulso de sua terra, e seu herói Sepé Tiarayu deixou gravado nas páginas da história a famosa frase essa terra tem dono. Depois as lutas constantes por demarcação de fronteiras. Mais tarde a própria revolução Farroupilha marcou a história do estado e do país, pela bravura e coragem dos republicanos que não se intimidaram frente às forças Imperiais e durante dez anos pelearam com o que tinham e estabeleceram sua fibra, honrando a sua bandeira e hino criados durante a mais longa revolta que o país teve. Estes fatos acabaram por reforçar este elo homem e o pago, lugar onde nasceu.
A RIQUEZA DA CULTURA GAÚCHA
Ocorre que este sentimento nativista, coisa própria do gaúcho, é contagiante. O amor ao pago e tudo que se refere às lidas campeiras, se transforma em telurismo referendado na música, na literatura e nas artes do regionalismo gaúcho. Com relação à música podemos observar que nossa cultura enriquecida de uma terminologia própria que destacou sempre o gaúcho e seus hábitos e gostos, como: o chimarrão, o cavalo e os apetrechos necessários para as suas lidas campeiras. O romantismo também sempre presente na música, desde Pedro Raimundo com sua “mariana”, depois Teixeirinha e Mary Teresinha, dupla que levou por vez primeira o gauchismo além fronteiras, denota o gaúcho sempre apaixonado por sua prenda, a companheira, inclusive de lidas. José Mendes e suas composições musicais, Gildo de Freitas através de sua inteligência para trovas e verso do repentismo e que também se tornou um estilo inconfundível destacando essa arte poética para o restante do Brasil, e tantos outros. Com o surgimento dos festivais nativistas a partir da Califórnia da Canção em Uruguaiana, trouxe uma leva de novos compositores e intérpretes, como Cesar Passarinho, José Claudio Machado e outros, que deram uma considerável notoriedade às atividades do homem do campo, o galpão de estância e tudo que se refere ao campeirismo.
A literatura trouxe-nos também uma safra de grandes poetas e escritores. Desde a criação do Partthenon Literário, por exemplo. Obras como As lendas do Sul de Barbosa Lessa, os escritos de Érico Veríssimo e o seu Tempo e o Vento. A pajada pelo nosso grande Jayme Caetano Braun, que se projetou no cenário sulbrasileiro e nos países da Argentina, Uruguai e Paraguai. São incontáveis as obras literárias que enriquecem nossa cultura nata e que não seria possível descrevê-las em poucas linhas, mas que sem dúvida são esteios da cultura gaúcha e destacam-se no cenário nacional e mundial.
A riqueza da cultura gaúcha deu origem a trabalhos no cinema e Televisão como as minisséries baseadas na literatura gaúcha, como: A casa das sete mulheres, O tempo e o Vento. O filme Anahy de las missiones; Neto e o domador de cavalos; Neto perde sua alma, são alguns dos filmes que destacaram Tabajara Ruas, e o Ator Werner Schunemann para o cenário nacional.
A CULTURA GAÚCHA NA VITRINE DO MUNDO
Em 1986 João Carlos Dávila Paixão Côrtes que esteve durante três meses na Europa traduzindo suas obras sobre o Gaúcho. Mais recentemente Renato Borgueti fez uma turnê pela Europa. CTG´s como Aldeia dos Anjos, Gildo de Freitas, Rancho da Saudade, e outros, fazem excursões e apresentações no exterior, levando nossas danças tradicionais e coreografias que também contam nossa história.
O Movimento Tradicionalista Gaúcho que surgiu em 1948 com a criação do primeiro Centro de Tradições Gaúchas, o 35 CTG, a partir de então se espalhou por muitos estados do Brasil e alguns países. Reafirmou este orgulho de ser gaúcho que nos salta à garganta ao cantar o hino riograndense, e mareja os olhos ao ver desfraldada a bandeira do nosso estado, é o mesmo destes gaúchos distantes. E só de pensar que do outro lado do mundo há alguém entoando esse hino e hasteando o pavilhão riograndense, e às vezes em mesmo ter nos visitado, é muito orgulho. Por esta razão a cultura gaúcha é a mais amada e respeitada, sem desmerecer nenhuma outra.
Os Gaúchos sem fronteiras que saíram deste pago e se aquerenciaram em lugares distantes, tiveram a iniciativa de dar prosseguimento ao culto das nossas tradições. Por esta razão foram sendo criados os CTG´s em muitos lugares onde nem mesmo a língua portuguesa é falada muito menos o “gauches”. A saudade da terra natal, ou do lugar que conheceram foi o que levou estes gaúchos sem fronteiras a se unirem e criarem suas entidades. E levarama efeito eventos iguais aos que vemos por estas bandas, tais como: curso de danças de fandango, ensaios e apresentações de invernadas de danças tradicionais, desfiles a cavalo, e apresentações artísticas individuais ( declamação, intérpretes vocais, trovas, chulas, etc...).
A ORGANIZAÇÃO DOS MTG´s – A CRIAÇÃO DA CBTG
Do livro Tradicionalismo Organizado, 70 anos de história (Fraga Cirne, pg 223,225)
Com a expansão do tradicionalismo o surgimento das entidades além fronteiras do território riograndense, o Movimento Tradicionalista Gaúcho se organizou em Federações. A partir de então foi proposto a criação de uma confederação que tivesse entre outros objetivos o de congregar as federações já criadas. Surge então a Confederação Brasileira de Tradição Gaúcha – CBTG, fundada em 24 de maio de 1987, por iniciativa de líderes tradicionalistas dos estados do Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul, percebendo a necessidade da criação de uma entidade que congregasse os tradicionalistas de estados fora do Rio Grande do Sul, com o objetivo de reunir federações já formadas e auxiliar os CTG´s no que se refere a se organizarem em federações e posteriormente integrarem a Confederação. Além disso, a organização da CBTG, propiciaria a difusão da cultura gaúcha, as diretrizes e regulamentos que norteiam o movimento, e obviamente a Carta de Princípios. A reunião para fundação da CBTG aconteceu em Ponta Grossa no Paraná. O primeiro presidente foi Jacob Momm Filho (SC) de 1987/1989.
A SEDE DA CBTG
O 15º Congresso Brasileiro de Tradição Gaúcha, realizado em Brasília, de 20 a 22 de novembro de 2009, estabeleceu que a sede administrativa da CBTG e o foro jurídico se localizem em Porto Alegre, bem como a sede simbólica do Tradicionalismo Gaúcho Brasileiro.
FEDERAÇÕES DESLIGADAS DA CBTG
Atualmente as federações do Nordeste (UTGN) e do Rio de Janeiro (UTGRJ) são desligadas da CBTG, por ocasião congresso realizado em Lajes, SC, no ano de 2013.
ENTIDADES TRADICIONALISTAS PELO BRASIL
Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha CTGs e Piquetes no Brasil Conforme *dados atualizados, no Brasil existem atualmente em atividade 2.575 CTGs e 4.031 Piquetes/Entidades Similares. As entidades tradicionalistas estão distribuídas pelo Brasil e filiadas aos oito MTGs conforme mapa
CTGs em atividade: Total CTGs: 2.575, Total Piquetes: 4.031
MTG-RS: 1.731 – CTG´s
Piquetes/Entidades similares: 2500 MTG-SC: 462– CTG´s
Piquetes/Entidades similares: 1.509
MTG-PR: 280– CTG´s
Piquetes/Entidades similares: 11 MTG-MT: 32– CTG´s
MTG-SP: 28– CTG´s.
MTG-PC:19– CTG´s
Piquetes/Entidades similares: 5
MTG-MS: 11– CTG´s.
MTG-AO: 12 – CTG´s
Piquetes/Entidades similares: 10
*Dados atualizados em julho de 2019. (Fonte: site da CBTG)
pesquisa: Cesar Tomazzini

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